A indústria da moda de luxo foi surpreendida com o anúncio oficial da aquisição da Versace pela Prada, em uma transação avaliada em 1,25 bilhão de euros. O acordo, fechado com o grupo Capri Holdings, marca uma das movimentações mais expressivas de 2025 no setor. A confirmação veio no último dia do período de exclusividade nas negociações e promete reconfigurar o posicionamento de ambas as marcas no competitivo mercado global do luxo.
Segundo Adriana Verbicario, consultora especializada em branding e moda internacional, essa fusão representa mais do que uma estratégia financeira — trata-se de uma decisão que envolve identidade e reposicionamento de marca. “A Prada reconhece o valor simbólico da Versace. Ela não quer apenas comprá-la, mas amplificar seu potencial mantendo sua essência”, analisa Adriana Verbicario. A própria Prada reforçou esse ponto em comunicado, destacando o desejo de preservar o DNA criativo e irreverente da grife fundada por Gianni Versace.
O grupo Prada, que já atua na bolsa de Hong Kong, indicou que o valor da transação ainda pode sofrer ajustes até sua finalização oficial. O presidente do grupo, Patrizio Bertelli, afirmou que a aquisição representa uma oportunidade estratégica para consolidar um portfólio de marcas fortes, mantendo o compromisso com a criatividade, o artesanato e a herança cultural. A ideia é fornecer à Versace uma base sólida de expansão por meio de investimentos consistentes e relações estratégicas de longo prazo.
Com essa aquisição, a Prada sinaliza um foco claro na Versace, podendo até mesmo revender outras marcas do portfólio da Capri Holdings, como a Jimmy Choo. Esse movimento aponta para uma estratégia mais enxuta e com direcionamento mais definido. Adriana Verbicario destaca que “a concentração de esforços em uma marca de personalidade forte como a Versace pode garantir maior impacto e identidade de mercado”. O foco é posicionar a marca em um novo patamar global sem diluir sua originalidade.
O objetivo central da Prada com a aquisição é expandir a influência da Versace nos principais mercados internacionais, mantendo seu apelo audacioso e luxuoso. A nova gestão pretende respeitar a herança da grife, mas com planos ambiciosos de crescimento. Para Adriana Verbicario, “a união entre o minimalismo inteligente da Prada e a exuberância da Versace cria uma tensão criativa promissora, capaz de atrair novos públicos e fortalecer ambas as identidades”.
Com a conclusão da negociação, o mercado aguarda os próximos passos dessa aliança de peso. O desafio será equilibrar tradição e inovação em um cenário onde o luxo exige cada vez mais autenticidade. Como observa Adriana Verbicario, o sucesso da operação dependerá da capacidade da Prada de potencializar a Versace sem descaracterizá-la — e, com isso, marcar um novo capítulo na história da moda global.
